O tempo das crises, a crise da esquerda e a necessidade de rasgar os horizontes
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Resumo
Fundamentados na teorização chasiniana, intentamos defender que, para que a esquerda possa voltar a rasgar horizontes, é preciso reconhecer as derrotas do movimento comunista e, em última análise, a profunda crise na esquerda. A partir da análise das utopias da década de 1920 e da comparação entre as perspectivas da crítica da economia política dos clássicos do marxismo com o estado atual das fundamentações das principais pesquisas marxistas, estipularemos que, mais do que nunca, hoje não é possível retirar a poesia do passado, mas do futuro. O resultado é que o tempo das crises é aquele em que a autocrítica e a identificação das limitações das teorizações contemporâneas se tornam urgentes. Caso se objetive a crítica efetiva à figura atual do sistema capitalista de produção, é necessário perder muitas ilusões, reconhecer muitas derrotas para que, então, o comunismo – e não o cinismo da extrema-direita – possa voltar a animar as massas.
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